Para quem interessar temos uma boa postagem sobre a lei Maria da Penha em um blog que é um dos nossos seguidores.
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quarta-feira, 18 de agosto de 2010
sábado, 10 de julho de 2010
Voto: a perspectiva da compra
Corriqueiramente, em momentos eleitorais, observamos nos meios de comunicação uma corrida por análises de opinião pública sobre a intenção de voto para determinados candidatos, analistas comentando tais resultados, assim como comentários acerca das coligações e rumos tomados pelos partidos – essa é uma face bem conhecida de todos nós. Porém, chamo atenção para outro ponto – a compra do voto. Acho que a compra do voto, em particular, nesse período merece atenção, pois é o momento da concorrência eleitoral e como já observamos em muitos episódios para se eleger o candidato entra num jogo do “vale tudo”.
Porém, o intento é chamar atenção para quem “vende” o voto, ou seja, quem “vende” o voto no Brasil? Na maioria das vezes respondemos que para acabar com a compra do voto o Estado tem que ofertar uma educação de qualidade para os seus cidadãos, em particular, aos mais necessitados financeiramente. Trata-se, ainda, de destacar que esse discurso volta-se com mais freqüência para o Nordeste do Brasil. Contudo, os que vendem os votos são pobres, sem escolaridade e residem na maioria no Nordeste?
A resposta é negativa. Através de um survey o cientista político Bruno Spek publica em 2003, na revista Opinião Pública, o artigo “A compra de votos – uma aproximação empírica” em que chama atenção para o perfil de quem vende o voto no Brasil. O autor trata de analisar diversas variáveis, são elas: a renda, a escolaridade, o local onde mora (cidades populosas ou não), classe sócio econômica (classe A, B, C, D e E), por sexo, faixa etária e por região (Norte/Centro-Oeste, Nordeste, Sudeste e Sul). É importante destacar que Spek chama atenção para o modos operandi da compra do voto, no seu artigo ele classifica as formas de comprar o voto, quais sejam: a) oferta do voto por favor administrativo, oferta do voto por dinheiro e ambas modalidades.
Aqui nos deteremos em observar o seguinte juízo de valor: quem vende o voto é pobre, sem escolaridade e na maioria reside no Nordeste do Brasil. Primeiro, para determinar se é pobre ou rico Spek denomina variável renda (Até1 Salário Mínimo, de 1-2 SM, de 2-5 SM, de 5-10 SM, de 10-20 SM, acima de 20 SM). O resultado demonstra que:
Cabe ainda fazer a seguinte indagação: como o pobre e o rico vendem o seu voto? Podemos observar que a troca do voto se faz maior por oferta de favor administrativo do que por oferta de dinheiro e que essa modalidade atinge tanto a maioria dos que recebem até 1 salário mínimo como aqueles que recebem acima de 20 salários mínimos.
A outra variável a ser observada é a escolaridade, vejamos:
Na variável escolaridade notamos que o maior índice da venda do voto encontra-se naqueles que possuem o colegial (ensino médio) perfazendo um total de 13,9%. Observamos que se compararmos os aqueles que têm escolaridade incompleta e aqueles que têm o nível superior podemos observar que o nível superior vende mais o voto do que o nível incompleto. Constatamos, assim, que a venda de voto é objeto tanto do nível menor quanto maior de escolaridade. Identificamos, ainda, que o maior forma de venda ainda é a oferta por favor administrativo.
E onde essas pessoas se encontram?
Percentualmente, a Região Norte/Centro-Oeste figura como o lugar que mais reside aqueles que vendem o voto que é de 13,2% por oferta de dinheiro. Mas ao comparar as Regiões Nordeste e Sul observamos que a diferença é pequena – de 0,5%.
Para concluir, os resultados que demonstram as médias nas tabelas ressaltam que o Brasil como um todo tem parcelas consideráveis da venda do voto, que tanto o pobre quanto o rico, tanto o de escolaridade incompleta, quanto o de escolaridade superior vendem o seu voto de forma semelhante. Observamos, ainda, que a principal fonte de venda do voto é por uma troca de favor administrativo. Contudo, o juízo de valor de quem vende o voto é o pobre, pouco escolarizado e residente no Nordeste do Brasil não passa pelo crivo da pesquisa empírica da ciência política.
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Desculpas
Estou em dívida com os resumos de Hobbes, Locke e Rousseau, infelizmente perdi o pen drive que estava armazenado o arquivo, mas informo alguns sites confiáveis, que vocês podem revisar, são eles:
http://www.iea.usp.br/iea/textos/kuntzlocke.pdf
http://www.iea.usp.br/iea/textos/monteiroleviatahobbesiano.pdf
http://www.iea.usp.br/artigos/nascimentorousseau.pdf
Para mais textos, acessem:
http://www.iea.usp.br/artigos/
Mais uma vez peço-lhes desculpas, mas espero que esses textos escritos por professores competentes auxiliem vocês nessa caminhada.
http://www.iea.usp.br/iea/textos/kuntzlocke.pdf
http://www.iea.usp.br/iea/textos/monteiroleviatahobbesiano.pdf
http://www.iea.usp.br/artigos/nascimentorousseau.pdf
Para mais textos, acessem:
http://www.iea.usp.br/artigos/
Mais uma vez peço-lhes desculpas, mas espero que esses textos escritos por professores competentes auxiliem vocês nessa caminhada.
terça-feira, 6 de outubro de 2009
A Formação Histórica do Estado Moderno – Parte II
Qual a razão que leva ao desmoronamento do Estado Dinástico? Há um desaparecimento total de suas bases fundadoras? O que ocorre após o seu colapso? Essas questões funcionam como uma bússola para encontrarmos o entendimento do texto, assim como satisfazer o conceito do Estado que emerge com a queda do Estado Dinástico.
Na primeira parte desse texto foi identificada claramente a categoria “Estado Dinástico”, e, explicitado, o objetivo do texto. Esta segunda parte segue uma técnica de estudo diferenciada, mostrará onde encontrar as respostas para as inquietações, que deverão ser elucidadas pelos leitores. Assim, a primeira inquietação demonstrada para o entendimento do texto pode ser solucionada através do subtítulo “As contradições específicas do Estado Dinástico”. Pois “as ambigüidades de um sistema de governo que mistura o doméstico e o político, a casa do rei e a razão de Estado, são sem dúvida, paradoxalmente, um dos princípios maiores, pelas contradições, que engendram do reforço da burocracia: a emergência do Estado que se realiza” (p. 49).
A segunda inquietação soluciona-se via leitura do subtítulo “A oligarquia dinástica e o novo modo de reprodução”. Pois, “assim, a ambigüidade do Estado dinástico se perpetua” (p. 57).
Por fim, a ultima solução encontra lugar no subtítulo “Circuito de delegação e gênese do campo administrativo”.
Espero que tanto a primeira, quanto a segunda parte tenham auxiliado a leitura do texto organizado por Loïc Wacquant, intitulado “O mistério do ministério: Pierre Bourdieu e a política democrática”, sendo o capítulo dois o de análise particular dos comentários “Da casa do rei à razão de Estado: um modelo da gênese do campo burocrático”.
terça-feira, 29 de setembro de 2009
A Formação Histórica do Estado Moderno – Parte I
Através do texto de Pierre Bourdieu, "O mistério do Ministério" podemos observar no capítulo "Da casa do Rei à Razão de Estado" que o objetivo principal é entender como se dá a passagem do Estado Dinástico para o Estado racional, ou seja, do Estado baseado nas relações de sangue, de fidelidade, de hereditariedade para um lócus que almeja o mérito, a competência, a eficiência. Assim, o primeiro passo é entendermos o que significam as categorias/conceitos presentes no objetivo: Estado – Dinástico e Burocrático.
O Estado Dinástico é entendido por Bourdieu como um momento anterior ao Estado moderno/burocrático. É um Estado com bases legítimas no patrimonialismo, com intuito de gerar prosperidade à Casa do Rei, em que não há uma distinção entre o privado e o público presente no mundo moderno. Assim, “para o rei e sua família, o Estado se identifica com a ‘casa do rei’, entendida como um patrimônio que inclui todas as pessoas da casa, ou seja, a família real propriamente dita, que o rei deve administrar como um bom ‘chefe da casa’” (BOURDIEU, 2005, p. 43).
A legitimidade do Estado Dinástico encontra-se nos laços consangüíneos que unem a dinastia, o trono passa de geração a geração por meio da hereditariedade. Sempre o primogênito é o tronado, coroado, enquanto seus irmãos ou se casam com outras primogênitas ou são encaminhados à Igreja. Sendo, assim, “o poder repousa sobre relações pessoais e relações afetivas socialmente instituídas, como a fidelidade, o ‘amor’, a ‘crença’ e ativamente sustentada pelas ‘larguezas’” (BOURDIEU, 2005, p. 44).
O objetivo central do Rei no Estado Dinástico é o aumento da riqueza da dinastia, pois o mesmo pensava, ainda, nos que seriam tronados, coroados depois dele. Por isso utilizava-se do modo patrimonialista para aumentar as riquezas materiais e monetárias e do matrimônio para aumentar os limites territoriais. Por patrimonialismo Bourdieu (2005, p. 59) entende como uma “[...] espécie de golpe de Estado permanente pelo qual uma pessoa se apropria da coisa pública, um desvio para vantagem da pessoa de posses e dos lucros ligados à função”.
Assim, podemos dizer que temos dois elementos de entendimento do texto, primeiro, o objetivo central do texto e uma categoria/conceito fundamental para entendermos o texto – O Estado Dinástico. Agora temos que entender as vias de desaparecimento desse Estado em destaque, para compreendermos os fatores do surgimento do Estado Burocrático.
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
IMPORTANTE!!!
Em breve alguns resumos, fichamentos dos textos de ciência política: "O mistério do ministério" (Pierre Bourdieu), o "Leviatã" (Thomas Hobbes), "O Segundo Tratado sobre o Governo Civil" (John Locke) e "Do Contrato Social" (Rousseau). A medida em que as aulas forem acontecendo os textos serão postados. O interessante ´que através desses resumos os alunos poderão tirar dúvidas através dos comentários.
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Ciência Poítica: teoria e método
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